sexta-feira, 23 de agosto de 2024

Optometria

 



Optometria é uma profissão da área da saúde, especializada nos cuidados primários da saúde visual, que forma optometristas para atuarem de forma independente e multidisciplinar.

É a ciência responsável pelo cuidado primário da visão, atuando na investigação e compensação da visão, através de meios ópticos, além de atuar na prevenção da cegueira, detectando patologias oculares e sistêmicas que afetam a visão, não fazendo uso de medicamentos nem de métodos cirúrgicos.

Para a melhor compreensão da Optometria, é necessário distinguir saúde visual de saúde ocular.

saúde visual é o exame e a avaliação da função visual, ou seja, do funcionamento do aparelho visual, que quando apresenta alterações visuais, estas possam ser compensadas através do uso de óculos ou lentes de contato.

saúde ocular é o manejo e diagnóstico das doenças oculares e sistêmicas que afetam a visão e que necessitam de tratamento médico através de medicamentos e cirurgias.

O Optometrista formado com graduação superior, poderá atuar e prestar atendimento visual de maneira independente ou de maneira interdisciplinar, atuando em postos de saúde, hospitais, gabinetes optométricos, convênios de saúde, clínicas integradas, além de prestar serviço optométrico dentro do estabelecimento óptico.

História da Optometria

 Aproximadamente 1200 anos antes de Cristo, já existiam os óculos estenopeicos [1], mas os óculos como conhecidos hoje foram inventados cerca de 1300 anos depois de Cristo. 


Muitas inovações surgiram nos óculos, peças utilizadas para a compensação de problemas visuais.

Em 1585, George Bartisch, foi o primeiro europeu a ser considerado cientificamente  “médico oftalmologista” , mas era contra o uso de óculos. 
Durante vários anos a idéia foi seguida pelos oftalmologistas, o que levou a Optometria se desenvolver como uma ciência não médica. 
O ato optométrico prosseguiu então pelas mãos dos ópticos, e no século XIV em Antuérpia surge à criação da primeira Guilda [2] dos Oculistas, entidade que regulamentava o acesso à profissão e a sua ética.

A regulamentação legal do exercício da Optometria, começou no Reino Unido em 1895, com a criação da Associação Britânica de Óptica, que instituiu um exame de capacidades para credenciar óptico refracionista [3].

Em 1896 nos Estados Unidos, foi criada a Associação Americana de Óptica e dois anos depois, em 1898, foi fundada a Associação Americana de Optometristas.

Hoje a Optometria é reconhecida no mundo inteiro como profissão responsável pelo atendimento PRIMÁRIO DA SAÚDE VISUAL.

Dicionário
[1] Óculos estenopeicos são óculos que não possuem lentes. No lugar das lentes existe um furo entre 1,5mm e 2 mm aproximadamente. Quando uma pessoa que possui problemas visuais, que não é patologia, os óculos permitem uma melhora na visão. Era feito com couro de animais ou alguma parte de planta dura.


[2] Associação que agrupava, em certos países da Europa durante a Idade Média, indivíduos com interesses comuns (negociantes, artesãos, artistas) e visava proporcionar assistência e proteção aos seus membros.

[3] Profissional que determina os valores dos óculos. 

Anamnese

 Observações importantes sobre a anamnese


O conhecimento das estruturas oculares, das patologias e dos distúrbios da visão, é fundamental, para que o examinador inicie uma história clínica com segurança, pois a observação dos sinais e a análise dos sintomas referidos pelo paciente, vão sendo associados facilitando o exame e solucionando com maior eficácia o motivo da consulta.

Os sinais e sintomas devem ser anotados levando-se em conta:

·                     Localização, em caso de sinais (nasal/temporal/superior/inferior/360º) e em casos de dor de cabeça (frontal, parietal, temporal, interciliar, occipital);

·                     Associado com atividades oculares, após esforço visual, durante a leitura. Duração e freqüência: se amanhecer com os olhos vermelhos/dor de cabeça ou tem dor de cabeça no final do dia. Como ocorrem os sintomas: todos os dias, 1x por semana, muito raramente.



Antecedentes Pessoais:

1.            Devem ser dirigidas perguntas do tipo: Já usou /Usa óculos, há quanto tempo. 
2.            Acidentes envolvendo cabeça: golpe, queda de escada, acidente automobilístico, outros.
3.            História de acidentes oculares: golpe, corpo estranho, objetos cortantes, queimaduras.
4.            Medicamentos em uso.
5.            Cirurgias gerais e oculares realizadas.
6.            Doenças sistêmicas, como diabetes, hipertensão arterial, colesterol, e doenças alérgicas;
7.            Tratamentos oculares realizados x tempo: conjuntivite, calázio;
8.            Internações / atendimento ambulatorial: motivo


Antecedentes Familiares:

1.            História de doenças oculares na família como catarata, glaucoma.
2.            História de doenças sistêmicas na família
3.            Problemas refrativos na família, porém descartar uso de óculos na presbiopia porque esta é um processo fisiológico de todo ser humano;
4.            Medicamentos e tratamentos usados pelo parentesco de 1. º grau do paciente.

5.            História de cirurgias oculares na família.


TRANSPOSIÇÃO

 TRANSPOSIÇÃO



Transposição é a MUDANÇA DE NÚMEROS E SINAIS, SEM ALTERAR O VALOR DA DIOPTRIA DA LENTE.

Toda lente cilíndrica, combinada ou tórica, possui duas formas de serem lidas ou prescritas. Uma com o cilíndrico positivo e outra com o cilíndrico negativo. 

REGRAS DA TRANSPOSIÇÃO:


A dioptria normalmente é lida com o Cilíndrico negativo. 



Quando o EIXO se apresenta MAIOR que 90º, SUBTRAÍMOS 90º. 

Quando o EIXO se apresentar MENOR que 90º, SOMAMOS 90º.


SINAIS IGUAIS: REPETE O SINAL, SOMA OS DOIS VALORES PARA O NOVO ESFÉRICO, INVERTE O SINAL DO CILÍNDRICO, REPETE O SEU VALOR E MUDA O EIXO EM 90º.



EX: +3,75 esf. +0,25 cil. x 152º

Resolução: (+4,00 esf. - 0,25 cil. x 62º )



+1,75 esf. +4,00 cil. x 20º

Resolução: (+5,75 esf. -4,00 cil. x 110º)



SINAIS DIFERENTES: ENCONTRE A DIFERENÇA ENTRE OS DOIS VALORES NUMÉRICOS PARA O NOVO ESFÉRICO COM O SINAL DO MAIOR. INVERTA O SINAL DO CILÍNDRICO REPETINDO O VALOR E MUDE O EIXO EM 90º.



EX: -5,00 esf. +2,00 cil. x 175º

Resolução: (-3,00 esf. - 2,00 cil. x 85º)


-2,50 esf. +3,50 cil. x 55º

Resolução: (+ 1,00 esf. -3,50 cil. x 145º)



VALOR ESFÉRICO NEUTRO: O NOVO ESFÉRICO SERÁ O VALOR DO CILÍNDRICO ACOMPANHADO DO SEU SINAL.



EX: 0,00 esf. +3,00 cil. x 90º

Resolução: (+3,00 esf. -3,00 cil. x 180º)


0,00 esf. +2,25 cil. x 45º

Resolução: (+2,25 esf. -2,25 cil. x 135º)

RETINOSCOPIA

 RETINOSCOPIA


Com uma perfeita retinoscopia, é possível determinar o erro refrativo ou seja, o defeito refrativo do paciente, sem que este venha intervir no resultado do exame.
Esta é a técnica mais importante que o optometrista deve dominar, pois, além de determinar o defeito refrativo, também possibilita obtenção de informações qualitativas do sistema visual, através da observação das características do reflexo retiniano.

Características do reflexo retiniano:

  • Intensidade do reflexo
  • Oscilações de intensidade
  • Oscilações do diâmetro pupilar

A retinoscopia: 
  • É a forma objetiva para investigar, diagnosticar e avaliar os erros refrativos do olho.
  • É realizada com base no princípio dos focos conjugados da retina do paciente e o ponto nodal do examinador.
Ao iluminar o olho com a luz do retinoscópio, a retina se comporta como um espelho, que absorve e reflete a luz até a pupila do paciente. Este reflexo é justamente o que o examinador observa, e serve para determinar o estado refrativo do paciente.

A principal função da retinoscopia é determinar objetivamente o estado refrativo em visão de longe em pacientes que colaboram, mantendo a atenção sobre um ponto de fixação.


MATERIAL A SER UTILIZADO DURANTE A RETINOSCOPIA

Retinoscópio
Caixa e armação de prova ou foróptero (greens)
Optotipos


Existem dois tipos de retinoscópio, segundo o feixe de luz que emitem, um deles em forma de ponto e outro em forma de fenda luminosa. Este último permite observar com maior clareza o eixo do astigmatismo.  


DISTÂNCIA DE TRABALHO X VALOR DIÓPTRICO A COMPENSAR

66 cm ....................+1,50 D
50 cm ....................+2,00 D
40 cm ....................+2,50 D
33 cm ....................+3,00 D
25 cm ....................+4,00 D
20 cm ....................+5,00 D
10 cm ..................+10,00 D


Observações:
  • O sistema óptico do retinoscópio contém um espelho que varia os focos
  • O espelho plano reflete os raios paralelos como se viessem do infinito
  • O espelho côncavo possui um ponto focal que inverte o efeito dos raios refletidos, por isso o movimento das sombras se observa contrário ao espelho plano, e se utiliza para confirmar o ponto de neutralização.



CARACTERÍSTICAS DO REFLEXO RETINOSCÓPICO

  • TAMANHO: Nos erros refrativos ALTOS ou MÉDIOS, o reflexo é MENOR que o diâmetro pupilar. No ponto de neutralização, a pupila fica cheia.

  • INTENSIDADE: Em ametropias ALTAS, o reflexo é CONFUSO e tênue.

  • VELOCIDADE: Em ametropias ALTAS, o deslocamento através da pupila é LENTO. A medida que se aproxima o ponto de neutralização, aumenta a sua velocidade.

  • DIREÇÃO: Movimento CONTRA = MIOPIA
                             Movimento A FAVOR = HIPERMETROPIA

TIPOS DE RETINOSCOPIA

 TIPOS DE RETINOSCOPIA


Existem 2 tipos de retinoscopia:
  • RETINOSCOPIA ESTÁTICA
  • RETINOSCOPIA DINÂMICA

RETINOSCOPIA ESTÁTICA

Tem a finalidade de determinar a refração objetiva para VISÃO DE LONGE, mantendo a ACOMODAÇÃO EM REPOUSO.


Para que seja feita a retinoscopia estática, não pode haver TROPIA.



RETINOSCOPIA DINÂMICA

Existem 6 tipos de retinoscopia dinâmica, porém a mais utilizada e difundida é a técnica dinâmica de Merchan, é a que iremos mencionar no ítem a seguir.

Tem a finalidade de determinar a refração objetiva, também para visão de LONGE, mantendo agora a ACOMODAÇÃO ATIVA, fixando à uma distância próxima.

CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DA RETINOSCOPIA DINÂMICA
  • Monocular
  • Com acomodação ativa
  • Paciente fixando a luz do retinoscópio ou figura imantada na cabeça do retino
  • Realizada a 40 cm do paciente
  • DESCONTAR O VALOR FINAL (-1,25 ESF), este é o LAG da acomodação, de acordo com a tabela.
  • É uma retinoscopia realizada em casos especiais de CRIANÇAS QUE NÃO COOPERAM com o exame, quando há presença de ESTRABISMO e PROBLEMAS ACOMODATIVOS.
  • O PACIENTE NÃO PODE SER AFÁCICO. 

FORMAS DE NEUTRALIZAR O MOVIMENTO DAS SOMBRAS

 NEUTRALIZANDO O MOVIMENTO DAS SOMBRAS


EXISTEM 2 FORMAS DE NEUTRALIZAR O MOVIMENTO DAS SOMBRAS

  • Com LENTES ESFÉRICAS UNICAMENTE, um método mais fácil, utilizado principalmente quando se inicia a aprendizagem da retinoscopia. É muito utilizada também quando se trabalha com réguas de esquiascopia ou em casos de astigmatismos irregulares.

  • Combinando LENTES ESFÉRICAS E PLANO - CILÍNDRICAS, método mais utilizado pela maioria dos optometristas.

Observação importante:
RL = 1 / DT m

RL = LENTE DE TRABALHO
DT = DISTÂNCIA DE TRABALHO


NEUTRALIZANDO COM LENTES ESFÉRICAS

  1. Com a FENDA luminosa do retinoscópio VERTICAL, ilumine o olho e observe o REFLEXO dentro da pupila.
  2. Inicie realizando movimentos para DIREITA e ESQUERDA, e observe se existe algum outro movimento mais ESCURO, como uma SOMBRA, que ACOMPANHA ou está CONTRÁRIO ao movimento da fenda.
  3. Caso o MOVIMENTO da sombra ACOMPANHE o reflexo luminoso, estamos diante de uma HIPERMETROPIA e iniciamos colocando LENTES ESFÉRICAS POSITIVAS de  +0,25D em +0,25D até NEUTRALIZAR esta sombra, ou seja, até que preencha somente com o reflexo da fenda luminosa do retinoscópio.
  4. GIRE a faixa 90º posicionando neste caso a fenda a 0º e realize o mesmo procedimento que o item anterior, se necessário sobreponha lentes até neutralizar este meridiano.
  5. O PRIMEIRO MERIDIANO encontrado é utilizado como ESFÉRICO.
  6. A neutralização do SEGUNDO MERIDIANO é o valor do CILINDRO.
  7. O EIXO será sempre do PRIMEIRO MERIDIANO neutralizado.
  8. Tome a ACUIDADE VISUAL com o resultado final monocular e binocularmente, registre os dados.
  • O valor final será o valor total da ametropia, sendo que vale salientar que este não será o valor prescrito para o uso de óculos, mas o valor total que deverá ser afinado nos passos seguintes.

  • Muito cuidado para não confundir e somar o valor da lente de trabalho com o valor final da ametropia. Por exemplo, a sua distância de trabalho é 50cm, portanto você usará +2,00D em ambos os olhos de acordo com a tabela, e você neutraliza ambos meridianos com+0,50D. Então o valor final da sua retinoscopia será +0,50, uma hipermetropia simples. Esqueça a influência das lentes de trabalho na retinoscopia, porém nunca esqueça de colocá-las para ter êxito na sua retinoscopia.

  • Lembre-se de trabalhar sempre com o espelho plano no seu retinoscópio, se tiver dúvida, olhe para a largura da fenda e escolha a fenda de maior largura, esta é dada movimentando a luva situada abaixo da cabeça do retinoscópio.


NEUTRALIZANDO COM LENTES ESFÉRICAS E PLANO - CILÍNDRICAS

  1. Diminua a LENTE POSITIVA até que o movimento desapareça ou se inverta.
  2. Quase sempre não há um ponto definido, mas sim uma ZONA NEUTRA, desde o último contra até o primeiro a favor.
  3. O aparecimento de sombras irregulares e a velocidade são tão rápidos que as sombras tornam-se quase imperceptíveis, a medida que se aproxima da zona neutra, que pode dificultar a determinação exata do ponto neutro.
  4. Agora GIRE a banda do retinoscópio em 90º
  5. Se todos os meridianos se neutralizam de forma similar e o movimento das sombras é igual ao meridiano anterior, não há astigmatismo - DEFEITO ESFÉRICO.
  6. Se existe um MOVIMENTO CONTRA, adicione CILINDRO NEGATIVO com o eixo no meridiano horizontal, até obter o ponto neutro ou o último movimento contra - ASTIGMATISMO A FAVOR DA REGRA.
  7. Se existe um MOVIMENTO A FAVOR no meridiano VERTICAL, indica a existência de um ASTIGMATISMO CONTRA A REGRA e deve-se NEUTRALIZAR PRIMEIRO ESSE MERIDIANO. Adicione LENTES POSITIVAS ESFÉRICAS até neutralizar e VOLTE AO MERIDIANO HORIZONTAL, onde encontrará um movimento contra. NEUTRALIZE COM O CILINDRO NEGATIVO COM EIXO VERTICAL.
  8. Se NÃO COINCIDE o EIXO DA BANDA DO RETINOSCÓPIO com o EIXO DO ASTIGMATISMO, perdendo o reflexo, nitidez, e observa-se a RUPTURA DO ALINHAMENTO DO REFLEXO da pupila e a banda externa, você estará diante de um ASTIGMATISMO IRREGULAR. Mova a banda até que RECUPERE sua continuidade e ADICIONE CILINDRO NEGATIVO com o EIXO PARALELO DA BANDA.
  9. Ao registrar os dados obtidos, lembre-se de COMPENSAR A DISTÂNCIA DE TRABALHO.
  10. Repita o procedimento para o olho esquerdo
  11. Tome a Acuidade Visual com o resultado obtido monocular e binocularmente. Registre os dados.

TÉCNICA DA RETINOSCOPIA ESTÁTICA

 TÉCNICA DA RETINOSCOPIA ESTÁTICA



1. DISTÂNCIA DE TRABALHO
Escolha sua distância de trabalho de acordo com o comprimento do seu braço ou com a distância que se sinta cômodo. Mantenha-a constante durante a realização do exame, já que qualquer variação altera os resultados. Essa distância deve-se compensar do resultado final por meio de:


  • A RL ou LENTE DO RETINOSCÓPIO é uma LENTE POSITIVA, cujo VALOR DIÓPTRICO é igual ao INVERSO DA DISTÂNCIA DE TRABALHO em metros e esse valor, toma-se como ponto de partida.

  • Se não utiliza a RL, compense a distância de trabalho "negativa e algebricamente" da lente com a qual neutralizou as sombras.

Ex: Neutralizou com +4,00 - 1,00 x 0º
Dist. de trab.: 50cm (+2,00)
+4,00 - (+2,00) = +2,00
Resultado final: +2,00 - 1,00 x 0º

Ex: Neutralizou com -2 00 esf.
Dist. trab.: 50cm (+2,00)
-2,00 - (+2,00) = -2,00 - 2,00 = -4,00
Resultado final: -4,00 esf.



2. Utilize LUZ AMBIENTE REDUZIDA no gabinete, já que DILATA A PUPILA e lhe ajuda a ver melhor o reflexo.

3. Caso utilize o FORÓPTERO ou GREENS, ajuste a cadeira de tal forma que os olhos do paciente estejam na mesma altura dos seus olhos. Coloque o foróptero diante do paciente com a respectiva distância pupilar e ajuste o nível do instrumento centrando os olhos nas aberturas.

4. Coloque de forma BINOCULAR as LENTES DE TRABALHO de acordo com a distância de trabalho.

5. Peça ao paciente que olhe por cima de sua orelha a letra "E" da tabela (20/200).

6. Coloque-se no EIXO VISUAL do olho direito do paciente. Observe com seu olho direito através do RETINOSCÓPIO, o REFLEXO RETINIANO. Mantendo os dois olhos abertos (examinador). Não obstrua com sua cabeça a visão do paciente.

7. Observe o MERIDIANO HORIZONTAL com a faixa de luz do RETINOSCÓPIO na POSIÇÃO VERTICAL. Faça um SUAVE MOVIMENTO HORIZONTAL e observe a intensidade, velocidade e direção da sombra. Agora coloque a faixa de luz do retinoscópio na POSIÇÃO HORIZONTAL para observar o MERIDIANO VERTICAL, e com um MOVIMENTO VERTICAL SUAVE, observe as características do reflexo.

8. A direção das sombras que acompanham o reflexo, se comparam com o movimento que se realiza com o retinoscópio.

Segundo seja este movimento, adicione:


  • LENTES POSITIVAS, se o movimento da fenda luminosa para a direita gerar uma sombra que ACOMPANHE para o mesmo lado. Dizemos que a sombra é "a favor". A SOMBRA A FAVOR DO MOVIMENTO DO RETINOSCÓPIO, OCORRE NO CASO DE HIPERMETROPIA.

  •   LENTES NEGATIVAS, se o movimento da fenda luminosa do retinoscópio, gerar uma sombra CONTRÁRIA à sua direção, gerando uma sombra "contra". A SOMBRA CONTRA DO MOVIMENTO DO RETINOSCÓPIO, OCORRE EM CASO DE MIOPIA.


TÉCNICA DA RETINOSCOPIA DINÂMICA

 TÉCNICA DA RETINOSCOPIA DINÂMICA


RETINOSCOPIA DINÂMICA MONOCULAR DE MERCHAN


1. Coloque-se à 40 com do paciente.

2. OCLUA o olho esquerdo do paciente e peça que o mesmo olhe as figuras do RETINOSCÓPIO.

3. OBSERVE O MOVIMENTO DA SOMBRA e inicie a NEUTRALIZAÇÃO em passos de 0,25 ou de 0,50 D.

4. O VALOR PARA VISÃO DE LONGE, se compensa de ACORDO COM A IDADE e segundo a TABELA a seguir:

IDADE COMPENSAÇÃO

 Menos de 40 .................... 1,25 D
40 até 44 ........................... 1,50 D
45 até 48 ........................... 1,75 D
49 até 52 ........................... 2,00 D
53 até 56 ........................... 2,25 D
57 até 60 ........................... 2,50 D
61 até 64 ........................... 2,75 D
Mais de 64 anos ................ 3,00 D


5. Repita o procedimento para o olho esquerdo.

6. Geralmente esta técnica se desenvolve logo depois de ter obtido o dado refrativo mediante a retinoscopia estática, no que permite uma ANÁLISE OBJETIVA SOBRE O ESTADO DA ACOMODAÇÃO DO PACIENTE.

Obs.:  A RETINOSCOPIA DINÂMICA é de 0,50 a 0,75 dioptrias MAIS POSITIVA QUE A RETINOSCOPIA ESTÁTICA.
Se a diferença for maior ou menor, indicará problemas na acomodação.


TÉCNICA MONOCULAR DE EMBORRONAMENTO:

 TÉCNICA MONOCULAR DE EMBORRONAMENTO:




1. ADICIONE MONOCULARMENTE ao valor do ESFÉRICO da RETINOSCOPIA, um valor de 2 a 3 vezes MAIS POSITIVO, de forma que faça com que o paciente enxergue BEM BORRADA A LETRA 20/200 do OPTÓTIPO localizado a 6 metros de distância.


2. EXPLIQUE AO PACIENTE que verá borrado e que necessita de sua máxima COLABORAÇÃO, para que ele leia as linhas do optotipo à medida que vai identificando, mesmo que NÃO AS VEJA TOTALMENTE NÍTIDAS.



3. DIMINUA o valor da lente positiva em passos de 0.25 dpts, de maneira que o PACIENTE CONSIGA LER cada vez MELHOR as linhas dos optotipos SEM SER NECESSÁRIO VER COMPLETAMENTE NÍTIDA.



Para CONTROLAR melhor a ACOMODAÇÃO, não retire as lentes de uma vez, peça  ao paciente que feche os olhos e abra somente quando a lente estiver em frente ao seu olho, ou seja, FECHANDO E ABRINDO OS OLHOS ENTRE AS MUDANÇAS DAS LENTES.



4. Ao chegar a uma acuidade visual bem borrada de 20/40 (NÃO DEIXE QUE O PACIENTE VEJA NÍTIDA ESSA LINHA, pois a margem de erro será grande), MUDE O OPTOTIPO PARA O DIAL ou leque astigmático, PARA OBTER A CORREÇÃO CILÍNDRICA.



5. Determine o EIXO do astigmatismo PERGUNTANDO ao paciente:
Qual das linhas vê mais negra? Qual ressalta mais?




POSSÍVEIS RESPOSTAS



• Todas se vêem IGUALMENTE negras - isso significa que NÃO POSSUI ASTIGMATISMO e o que necessita ou o que tem no momento é o correto.



• Caso responda que UMA DAS LINHAS RESSALTA MAIS, então a 90º de sua posição está o EIXO DO ASTIGMATISMO.



Neste momento, multiplicar a linha de melhor visão, no caso a de número 6 x 30° que dará como resultado o eixo de 180°. 


Serão colocadas lentes plano-cilíndricas de -0,25 em -0,25 a 180° até  que o paciente reporte ver todas as linhas iguais do leque ou dial astigmático.


Agregar cilindros negativos, com o eixo orientado na direção antes determinada, até que o paciente indique que ver com a mesma intensidade todas as linhas do optotipo.



Projetar de novo o OPTOTIPO DE ACUIDADE VISUAL, ou seja, acertado o valor e eixo do cilindro, retornar à linha de 20/40 do optotipo e ir desmiopizando (DIMINUINDO AS ESFERAS POSITIVAS) até conseguir a melhor acuidade visual com nitidez.



Continuar a afinar o eixo e a potência do cilindro.




POSSÍVEIS RESPOSTAS



Se inicialmente o paciente VÊ TODAS AS LINHAS com a mesma intensidade, entendemos que o paciente NÃO TEM ASTIGMATISMO.



Quando nos indica que vê uma linha mais escura que o resto, entendemos que o paciente tem astigmatismo e procedemos a realizar o exame antes descrito.



No caso de que o paciente indique ver mais de uma linha escura significa que realizamos erroneamente a miopização ou que o paciente não entendeu o teste. Deveremos aumentar a miopização até que veja unicamente uma linha do teste mais escura que o resto.



Quando o paciente nos diz que não vê nenhum símbolo sobre a parede de projeção do círculo horário pode ser devido a:



- Que fizemos uma excessiva miopização.
- Que o paciente tem uma acuidade visual inferior à requerida.



6. Oclua o olho direito e repita o procedimento.



Nota : A utilização do dial tem como requisito ter uma A.V. não inferior a 20/40.




RECOMENDAÇÕES:



Tenha em conta que a lente negativa aumenta o contraste, o que pode ser interpretado pelo paciente como melhor visão. Um aumento na A.V. somente pode significar maior descriminação e não melhor qualidade da imagem.




Teste Refrativo Utilizando o Dial




Prova utilizada para VERIFICAR e AFINAR a CORREÇÃO REFRATIVA obtida por meio de TÉCNICAS OBJETIVAS, controlando a ACOMODAÇÃO.


OBJETIVO: 


Formular ao paciente a LENTE MAIS POSITIVA com que tenha A MELHOR A.V. com CONFORTO para a VISÃO DE LONGE MONOCULAR, para logo ser balanceada BINOCULARMENTE.


Antes de iniciarmos os conceitos do SUBJETIVO, é necessário conhecer os diferentes TIPOS DE DIAL ASTIGMÁTICO que podem existir.

No DIAL DE SNELLEN, quando o paciente REPORTA VER UMA DAS LINHAS MAIS NÍTIDAS, O EIXO DO ASTIGMATISMO será sempre ao CONTRÁRIO DE 90°.

Por exemplo, se o paciente REPORTA VER A LINHA DE 15° MAIS NÍTIDA, o eixo do astigmatismo será a 105°. 
Vale lembrar que o defeito encontra-se a 15°, porém só será corrigido se colocarmos o eixo a 105°.

O leque astigmático deve seguir sempre a mesma orientação horária conforme o desenho.

     DIAL DE SNELLEN
DIAL OU LEQUE ASTIGMÁTICO - O leque astigmático deve seguir sempre a mesma orientação horária conforme o desenho.investir dinheiro


Porém há que tomar cuidado porque existem alguns optótipos que possuem o leque astigmático já com a anotação própria do eixo do astigmatismo.



DIAL OU LEQUE ASTIGMÁTICO HORÁRIO

Determinar a direção destas linhas e fazer uma comparação com as horas do relógio. Multiplicar a menor hora de tal direção por 30º, com o que se obtém o eixo do cilindro negativo do astigmatismo.
Exemplo:
Se o paciente nos reporta que vê mais nítida a linha número 2, realizaremos o cálculo do eixo do astigmatismo da seguinte forma:

2:00 x 30º = 60º sendo este o eixo do cilindro negativo do astigmatismo.

OPTOMETRIA NO BRASIL

 OPTOMETRIA NO BRASIL


Já é uma realidade!

Está presente na vida das pessoas há mais de um século, e no Brasil está ganhando espaço a cada dia.
                                                   

Atualmente, o Brasil possui diversos centros de formação acadêmica de optometristas.

 Muitas pessoas possuem dificuldades para enxergar, devido a alterações visuais de causas ópticas (refrativas) e não patológicas.

As crianças que não enxergam bem, têm rendimento escolar baixo, com elevados níveis de repetência, os quais acabam por desestimular a continuidade de seus estudos. Milhões de adultos têm sua produtividade reduzida ou até interrompida e os idosos detêm uma queda brusca de qualidade de vida, pela falta de uso de um simples par de óculos.

A nação brasileira perde muito dinheiro e talento por questões relacionadas à visão.

Esse problema pode ser resolvido de forma rápida e acessível, através da optometria.



O Exame Optométrico, Anamnese e a História Clínica do Paciente

 Sobre o exame optométrico, anamnese e a história clínica do paciente


O exame optométrico é realizado pelo optometrista, com a finalidade de identificar o estado motor, sensorial e funcional do sistema visual, bem como compensar o defeito refrativo encontrado, através da prescrição de lentes, ou remeter o paciente ao especialista necessário, psicólogo, oftalmologista, terapeuta ocupacional, clínico geral, neurologista dentre outros.



Objetivos da anamnese:

·    Identificar o problema principal pelo qual o paciente veio à consulta,  assim como problemas secundários.
·    Permitir uma visão generalizada do caso. 
·    Orientar na solução do problema principal da consulta.
·    Controlar a evolução do caso e a resposta ao tratamento.
·    Ajudar na investigação clínica e epidemiológica.


Partes da história clínica:

1.          Dados do paciente
2.          Anamnese
3.          Acuidade visual
4.          Optotipos
5.          Exame externo
6.          Exame sensorial
7.          Exame motor
8.          Exame refrativo
9.          Prova ambulatorial
10.        Diagnóstico
11.        Conduta
12.        Controle

Anamnese:

Consiste na entrevista, deve conter toda a história de saúde geral e ocular do paciente.
Tem a finalidade de identificar o motivo principal da consulta.
Precisar dados sobre a sintomatologia.
Dialogar com o paciente, facilitando-lhe conhecer os perfis psicológicos, sociais, culturais e econômicos.

Avaliar a informação.


I. MPC: motivo principal da consulta
II. Sinais e sintomas
III. Antecedentes pessoais
IV. Antecedentes familiares


Sinais e Sintomas (sintomatologia)

• Sinal:

É a manifestação objetiva da doença, física ou química, diretamente observada pelo profissional, ou seja, quando o examinador percebe alguma alteração.


• Sintoma:

Quando o paciente reporta (narra) o que sente, para o examinador:
cefaléia (dor de cabeça), visão borrada para longe ou perto, defeitos no campo visual, moscas volantes, perda súbita da visão, diplopia, dor ocular, ardência, prurido ocular, sensação de corpo estranho, etc.

É a sensação referida pelo paciente.


Sintoma divide-se em 3 categorias básicas:

• Anormalidades da visão: dificuldade de visão para longe e/ou perto, etc.

• Anormalidades de aparência ocular: olho vermelho, lacrimejamento, etc.

• Anormalidades de sensação ocular: dor e desconforto.