sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Nervos Cranianos

Neuroanatomia

Nervos cranianos


Nervos cranianos são os que fazem conexão com o encéfalo. 

  • Aferentes
  • Eferentes



Aferentes - Entram no SNC
Eferentes - Saem do SNC para a periferia

Somáticos - Relaciona o corpo com o ambiente externo. (ex: estímulo tátil,                                                                                               proprioceptivo)

Viscerais - Relaciona com o interior do organismo.


NERVOS CRANIANOS:


Os 12 pares de nervos cranianos recebem uma nomenclatura específica, sendo numerados em algarismos romanos.

I - OLFATÓRIO
II - ÓPTICO
III - OCULOMOTOR
IV - TROCLEAR
V - TRIGÊMEO
VI - ABDUCENTE
VII - FACIAL
VIII - VESTÍBULO-COCLEAR
XIX - GLOSSOFARÍNGEO
X - VAGO
XI - ACESSÓRIO
XII - HIPOGLOSSO



De acordo com o Componente Funcional, os nervos cranianos podem ser classificados em: 
  • Motores
  • Sensitivos
  • Mistos




NERVOS EXCLUSIVAMENTE SENSITIVOS (SENSORIAIS):


Destinam-se aos órgãos dos sentidos e por isso são chamados também de sensoriais:
  • VESTÍBULOCOCLEAR - Impulsos relacionados ao equilíbrio e a audição. Constituído por dois grupos de fibras perfeitamente individualizadas que formam, respectivamente, os nervos vestibular e coclear. É um nervo exclusivamente sensitivo. A parte vestibular é formada por fibras que conduzem impulsos nervosos relacionados ao equilíbrio. A parte coclear é constituída por fibras que conduzem impulsos nervosos relacionados com a audição. As fibras do nervo vestíbulo-coclear classificam-se como aferentes somáticas especiais.


  • OLFATÓRIO - Relacionado aos impulsos do olfato. É um nervo exclusivamente sensitivo, cujas fibras conduzem impulsos olfatórios, sendo classificados como aferentes viscerais especiais.

  • ÓPTICO - Estímulos visuais. É constituído por um feixe de fibras nervosas que se originam na retina, emergem próximo ao pólo posterior de cada bulbo ocular, penetrando no crânio pelo canal óptico. Cada nervo óptico une-se com o do lado oposto, formando o quiasma óptico, onde há cruzamento parcial de suas fibras, as quais continuam no tracto óptico até o corpo geniculado lateral. O nervo óptico é um nervo exclusivamente sensitivo, cujas fibras conduzem impulsos visuais, classificando-se como aferentes somáticas especiais.




NERVOS EXCLUSIVAMENTE MOTORES:

  • ABDUCENTE
  • TROCLEAR
  • OCULOMOTOR - 
Os 3 relacionam-se com a movimentação dos olhos. São nervos motores que penetram na órbita pela fissura orbital superior, distribuindo-se aos músculos extrínsecos do bulbo ocular.
O nervo oculomotor nasce no sulco medial do pedúnculo cerebral. 
O nervo troclear nasce logo abaixo do colículo inferior. 
O nervo abducente nasce no sulco pontino inferior, próximo à linha mediana.
Os três nervos em apreço se aproximam, ainda no interior do crânio, para atravessar a fissura orbital superior e atingir a cavidade orbital, indo se distribuir aos músculos extrínsecos do olho.
O nervo oculomotor conduz ainda fibras vegetativas, que vão à musculatura intrínseca do olho, a qual movimenta a íris e a lente.

  • ACESSÓRIO - Pescoço (relacionado com a postura). Formado por uma raiz craniana e uma espinhal. A raiz espinhal é formada por filamentos que emergem da face lateral dos cinco ou seis primeiros segmentos cervicais da medula, constituindo um tronco que penetra no crânio pelo forame magno. A este tronco unem-se filamentos da raiz craniana que emergem do sulco lateral posterior do bulbo.
    As fibras oriundas da raiz craniana que se unem ao vago são:
     Fibras eferentes viscerais especiais, que inervam os músculos da laringe;
     Fibras eferentes viscerais gerais, que inervam vísceras torácicas.

  • HIPOGLOSSO - Inervação motora somática da língua. Nervo essencialmente motor. Emerge do sulco lateral anterior do bulbo sob a forma de filamentos radiculares que se unem para formar o tronco do nervo. Este, emerge do crânio pelo canal do hipoglosso, e dirige-se aos músculos intrínsecos e extrínsecos da língua (está relacionado com a motricidade da mesma). Suas fibras são consideradas eferentes somáticas.





NERVOS MISTOS: 

MOTORES E SENSITIVOS


  • TRIGÊMEO- Relacionado à sensibilidade da face e músculos da mastigação. O nervo trigêmeo é um nervo misto, sendo o componente sensitivo consideravelmente maior. Possui uma raiz sensitiva e uma motora. A raiz sensitiva é formada pelos prolongamentos centrais dos neurônios sensitivos. 
    Os prolongamentos periféricos dos neurônios sensitivos do gânglio trigeminal formam, distalmente ao gânglio, os três ramos do nervo trigêmeo: nervo oftálmico, nervo maxilar e nervo mandibular, responsáveis pela sensibilidade somática geral de grande parte da cabeça, através de fibras que se classificam como aferentes somáticas gerais.

1. Nervo Oftálmico: atravessa a fissura orbital superior (juntamente com o III, IV, VI pares cranianos e a veia oftálmica) e ao chegar à órbita fornece três ramos terminais, que são os nervos nasociliar, frontal e lacrimal.
O nervo oftálmico é responsável pela sensibilidade da cavidade orbital e seu conteúdo, enquanto o nervo óptico é sensorial (visão).
2. Nervo Maxilar: é o segundo ramo do nervo trigêmeo. Ele cruza a fossa pterigopalatina como se fosse um cabo aéreo para introduzir-se na fissura orbital inferior e penetrar na cavidade orbital, momento em que passa a se chamar nervo infra-orbital.
O nervo infra-orbital continua a mesma direção para frente transitando pelo soalho da órbita, passando sucessivamente pelo sulco, canal e forame infra-orbital e através desse último se exterioriza para inervar as partes moles situadas entre a pálpebra inferior (n. palpebral inferior), nariz (n.nasal) e lábio superior (n. labial superior).
O nervo infra-orbital (ramo terminal do nervo maxilar) fornece como ramos colaterais o nervo alveolar superior médio e o nervo alveolar superior anterior, que se dirigem para baixo.
Nas proximidades dos ápices das raízes dos dentes superiores, os três nervos alveolares superiores emitem ramos que se anastomosam abundantemente, para constituírem o plexo dental superior.
3. Nervo Mandibular: é o terceiro ramo do nervo trigêmeo. Ele atravessa o crânio pelo forame oval e logo abaixo deste se ramifica num verdadeiro ramalhete, sendo que os dois ramos principais, são o nervo lingual e alveolar inferior.


  • FACIAL - Relacionado a musculatura da expressão facial e tem um componente sensitivo. É também um nervo misto, apresentando uma raiz motora e outra sensorial gustatória. Ele emerge do sulco bulbo-pontino através de uma raiz motora, o nervo facial propriamente dito, e uma raiz sensitiva e visceral, o nervo intermédio. Juntamente com o nervo vestíbulo-coclear, os dois componentes do nervo facial penetram no meato acústico interno, no interior do qual o nervo intermédio perde a sua individualidade, formando-se assim, um tronco nervoso único que penetra no canal facial.

  • GLOSSOFARÍNGEO - Tem componente aferente e eferente (Inervação das glândulas salivares, relacionadas à gustação). É um nervo misto que emerge do sulco lateral posterior do bulbo, sob a forma de filamentos radiculares, que se dispõem em linha vertical. Estes filamentos reúnem-se para formar o tronco do nervo glossofaríngeo, que sai do crânio pelo forame jugular. No seu trajeto, através do forame jugular, o nervo apresenta dois gânglios, superior e inferior, formados por neurônios sensitivos. Ao sair do crânio, o nervo glossofaríngeo tem trajeto descendente, ramificando-se na raiz da língua e na faringe.
    Desses, o mais importante é o representado pelas fibras aferentes viscerais gerais, responsáveis pela sensibilidade geral do terço posterior da língua, faringe, úvula, tonsila, tuba auditiva, além do seio e corpo carotídeos. Merecem destaque também as fibras eferentes viscerais gerais pertencentes à divisão parassimpática do sistema nervoso autônomo e que terminam no gânglio óptico. Desse gânglio, saem fibras nervosas do nervo aurículo-temporal que vão inervar a glândula parótida.

  • VAGO - Principal nervo relacionado ao SNA (Sistema Nervoso Autônomo); SNP (Sistema Nervoso Parassimpático). Inervação aferente e eferente. O nervo vago é misto e essencialmente visceral. Emerge do sulco lateral posterior do bulbo sob a forma de filamentos radiculares que se reúnem para formar o nervo vago. Este emerge do crânio pelo forame jugular, percorre o pescoço e o tórax, terminando no abdome. Neste trajeto o nervo vago dá origem a vários ramos que inervam a faringe e a laringe, entrando na formação dos plexos viscerais que promovem a inervação autônoma das vísceras torácicas e abdominais.
    O vago possui dois gânglios sensitivos: o gânglio superior, situado ao nível do forame jugular; e o gânglio inferior, situado logo abaixo desse forame. Entre os dois gânglios reúne-se ao vago o ramo interno do nervo acessório.
    Fibras aferentes viscerais gerais: conduzem impulsos aferentes originados na faringe, laringe, traqueia, esôfago, vísceras do tórax e abdome.
    Fibras eferentes viscerais gerais: são responsáveis pela inervação parassimpática das vísceras torácicas e abdominais.
    Fibras eferentes viscerais especiais: inervam os músculos da faringe e da laringe.
    As fibras eferentes do vago se originam em núcleos situados no bulbo, e as fibras sensitivas nos gânglios superior e inferior.


sábado, 15 de outubro de 2016

Parabéns, professor!!!


"Professores, eu devo muito a vocês, todas as suas instruções são preciosas. 

Não vou escrever esse texto só porque hoje é o dia dos professores, estou usando essa data como desculpa para lhes informar o quão vocês são importantes para nós.

Obrigada por dividirem seus conhecimentos, por terem paciência e dedicação para nos ensinar. Não tenho palavras suficientes para descrever o que vocês representam pra nós.

Obrigada por tudo o que fazem por todos os seus alunos.

Creio que as suas vidas sejam bem corridas, provas para um lado, diário para o outro e tantas outras preocupações do dia a dia, creio que essa é uma profissão que requer muito de vocês e nem todos reconhecem isso.

Prometo que vocês futuramente, sentirão orgulho de todos nós (bem, de alguns... quem sabe... até da maioria).

Nesse dia especial, escolhido para vos homenagear, gostaria de dizer: 
  • PARABÉNS PROFESSOR!!!
  • "A todos que contribuíram para a minha formação, e ainda contribuem... A todos que se dispõem a cuidar e formar pessoas de bem! Que Deus abençoe cada um de vocês."

Optometria no Brasil

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Exames de Acuidade Visual Para Crianças

Exames de Acuidade Visual para crianças


Existem vários métodos de avaliação, mas todos eles têm limitações e dificuldades para aplicação em consulta optométrica. Além disso, a sua disponibilidade é limitada.


- Teste de Mirada Preferencial:

Eles baseiam-se no princípio de que as crianças pequenas (bebês), preferem olhar para estímulos com um padrão de uma tela, com contrastes de cores, que cartão em branco.
Os dois estímulos visuais são apresentados simultaneamente, e avalia se a criança dirigiu seu olhar para o estímulo com o padrão, com contrastes de cores. O teste padrão usado consiste geralmente em várias linhas paralelas, com elevado contraste contra o fundo.
Padrões com crescentes frequências espaciais ocorrem, até ficar uma cor uniforme. Quando a criança percebe que tá uma cor uniforme, geralmente deixa de olhar o estímulo.
O teste deve ser feito de forma rápida, para a criança não perder a concentração.

Um dos testes mais utilizado é o teste de Teller. 
Estes testes têm limitações exigem um tempo considerável como uma resposta motora e colaboração. Além disso não apresenta correlação exata com teste de acuidade visual de Snellen.

TESTE DE TELLER



- Tambor Optocinético (Nistagmo):

Baseia-se o fenômeno que, um estímulo que se move, gera um movimento de seguimento, e quando o paciente deixa de olhar para o estímulo que se move, gera um  movimento sacádico. Se o estímulo não é percebido, não é gerado o movimento nos olhos.
Tambor de nistagmo optocinético consiste em um cilindro com bandas de alto contraste, que gira lentamente, provocando esse nistagmo. Através da utilização de tiras de espessura diferente pode ser determinada pela espessura mínima que desencadeia o nistagmo como uma abordagem para a acuidade visual. A nitidez obtida com este método se correlaciona bem com a visão obtida com o teste de mirada preferencial.
É considerada anormal a falta de nistagmo optocinético até os 3 meses de idade. Deve ser levado em conta na interpretação, os momentos da sua ausência, pode ser lesões nos lobos parietais que  poderá causar falta de nistagmo optocinético.






- E Direcional de Snellen

Este teste é composto pela letra E, colocado em orientações diferentes.

O paciente deve indicar se a direção é para cima, para baixo, direita ou esquerda. Não é necessário que a criança saiba ler ou que conheça a letra E.
Normalmente ele funciona muito bem, geralmente é rápido.
Antes do início do exame, você pode pegar uma letra E, para que possa praticar com a criança.

Primeiro treino com as primeira letras nas 4 posições de E, até que a criança possa identificá-las corretamente.
Posicione a criança a 3 metros de distância e vá mostrando as imagens até obter imagens menores que a criança possa apontar e identificar corretamente.

O exame deverá ser feito primeiro para um olho e depois para o outro (monocular).
Estes resultados são aproximados, mas irão ajudar no exame.








Test Pigassou:

O teste a seguir é um dos mais utilizados. 
É um cartão de teste contendo vários desenhos.

A primeira tela contém os desenhos. A criança deve identificar durante o exame. Se você verificar um desenho que envolve mais dificuldade do que o resto, ele não indica a realização do teste.

Coloque a criança em uma distância de 4 a 5 metros das imagens a serem mostradas. A criança deve identificar os desenhos até os menores.
Antes do exame, você pode pegar uma folha com os desenhos do teste para que o paciente possa ir praticando. Se o paciente tem dificuldade de dizer os nomes dos desenhos, poderá ser entregue cartões individuais (simplesmente cortar a folha) e pedir para a criança levantar o cartão com o desenho exposto.

Realiza primeiro com um olho e depois para o outro (monocular). 
Estes resultados também darão resultados aproximados, mas ajudam muito no exame.





É importante a detecção de anomalias visuais em crianças o mais cedo possível.
Em muitos países, os exames visuais já são recomendados para todas as crianças a partir de 6 meses de idade, realizados com métodos específicos para cada faixa etária.
Os exames são rápidos, simples, objetivos e de forma divertida. Qualquer anomalia visual tem seu tratamento bem sucedido quando começa mais cedo, ou seja, através do diagnóstico precoce.
Se não tratados em tempo correto, podem deixar defeitos residuais na visão.




Os testes expostos acima são apenas exemplos a serem realizados, podem indicar alterações visuais quando houver respostas incorretas frequentes. Lembrando que, para que a criança possa colaborar, o profissional tem que “ganhar” a sua confiança.


O exame optométrico é essencial para detectar ou descartar qualquer alteração na visão, deve ser realizado por um profissional da visão, preferencialmente o optometrista.

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Vitamina A - Importante para a saúde dos olhos

Vitamina A - Retinóide


As formas ativas de vitamina A estão presentes nos alimentos de origem animal. A vitamina A pré-formada é encontrada apenas em alimentos de origem animal, seja em áreas de armazenamento, tais como o fígado, ou na gordura do leite e nos ovos.

Os vegetais folhosos verdes-escuros, vegetais e frutas amarelo alaranjados contém um grupo de compostos conhecido coletivamente como: carotenóides, que podem produzir retinóides, quando metabolizados no organismo. Cenoura, vegetais, espinafre, suco de laranja e batata doce, são exemplos de alimentos, fontes ricas em pro-vitamina A.
Embora existam vários carotenóides antioxidantes nos alimentos, apenas alguns possuem atividade de vitamina A significativa. O mais importante deles é o b-caroteno.

A vitamina A possui papéis essenciais, porém distintos quanto às funções visual e sistêmica, incluindo a diferenciação celular normal e a função na superfície da célula, o crescimento e o desenvolvimento e funções imunológicas e de reprodução.

O retinal é um componente estrutural dos pigmentos visuais dos cones e bastonetes da retina e é essencial para a fotorrecepção. O isômero 11 cis, 11-cis-retinal, constitui o grupo fotossensível das várias proteínas do pigmento visual (ex: as opsinas - a rodopsina nos bastonetes e a iodopsina nos cones).
A fotorrecepção resulta da isomerização induzida pela luz do 11-cis-retinal ao retinal para a forma completamente all-trans. Por exemplo, no bastonete, a rodopsina progride através de uma série de reações que levam à dissociação da rodopsina "descorada" na forma all-trans-retinal e opsina, uma reação que é acoplada à eletroestimulação nervosa dos centros visuais do cérebro. O all-trans pode então ser novamente convertido enzimaticamente para 11-cis-retinal para a ligação subsequente à opsina. O movimento do retinal nos locais designados na retina é controlado pelas proteínas e pela proteína interfotorreceptora ligante de retinal, que desempenha uma função similar.

As deficiências primárias de vitamina A, resultam das ingestões inadequadas de vitamina A pré-formada ou de carotenóides pro-vitamina A.

Um dos primeiros sinais de deficiência de vitamina A é a visão prejudicada pela perda dos pigmentos visuais. Esse quadro manifesta-se clinicamente com cegueira noturna ou nictalopia. Esse prejuízo da adaptação ao escuro (capacidade de se adaptar à luz brilhante ou da claridade para o escuro) resulta da falha da retina em regenerar a rodopsina.